Viver pelo bem que existe no mundo!

Na verdade nem deveríamos estar aqui, mas estamos. São como nas grandes histórias. As que tinham mesmo importância. Eram repletas de escuridão e perigo. E às vezes, você não queria saber o fim.... Porque como podiam ter um final feliz? Como podia o mundo voltar a ser o que era depois de tudo isso? Mas, no fim, é só uma coisa passageira, que logo se transformará. Um novo dia virá. E quando o sol brilhar, brilhará ainda mais forte. Eram essas as histórias que ficavam nas lembranças, que significavam algo. Mesmo que você fosse pequeno demais para entender o por quê. Mas acho, que entendo, sim. Agora eu sei. As pessoas dessas histórias tinham várias oportunidades de voltar atrás mas não voltavam. Elas seguiam em frente, porque tinham no que se agarrar. - E nós, no que devemos nos agarrar? No bem que existe nesse mundo, pelo qual vale a pena lutar. Senhor dos Anéis.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A LIBERDADE

Às portas da cidade e em vossos lares, eu vos vi prosternar-vos e adoras vossa própria liberdade, como escravos que se humilham perante um tirano e glorificam-no embora ele os destrua.
Sim, na alameda do templo e à sombra da cidadela, tenho visto os mais livres dentre vós
carregar sua liberdade como um jugo e um grilhão.
E meu coração sangrou dentro de mim; pois só podereis libertar-vos quando até mesmo o
desejo de procurar a liberdade tornar-se um jugo para vós, e quando cessardes de falar da liberdade
como de uma meta e de um fim.
Sereis, na verdade, livres, não quando vossos dias estiverem sem preocupação e vossas noites
sem necessidades e sem aflição, mas, antes, quando essas coisas sobrecarregarem vossa vida e,
entretanto, conseguirdes elevar-vos acima delas, desnudos e desatados.
E como vos elevareis acima de vossos dias e de vossas noites se não quebrardes as cadeias
com que, na madrugada de vossa compreensão, prendestes vossa hora meridiana?
Na verdade, o que chamais de liberdade é a mais fote dessas cadeias, embora seus anéis
cintilem ao sol e vos deslumbrem.
E que quereis rejeitar para serdes livres, senão fragmentos de vós próprios?
Se é um lei injusta que pretendeis abolir, lembrai-vos de que esta lei foi escrita por vossa
própria mão em vossa própria testa.
Não conseguireis extingui-la, queimando vossos códigos nem lavando as faces de vossos
juízes, embora despejeis o mar por cima delas.
E se é um déspota que quereis destronar, verificai primeiro se seu trono erguido dentro de vós
está destruído.Pois como poderia um tirano dominar os livres e os altivos se não tivessem tirania na sua
própria liberdade e vergonha na sua própria altivez?
E se é uma preocupação que quereis eliminar, essa preocupação foi escolhida por vós mais do
que a vós imposta.
E se é um temor que precisais dissipar, o centro desse temor está em vosso coração e não na
mão do temido.
Na verdade, todas as coisas movem-se dentro de vós em constante meio-enlace, as desejadas
e as receadas, aqueles que vos repugnam e aquele a que vos atraem, aquelas de que fugis e aquelas
que procurais.
Essas coisas movem-se dentro de vós como luzes e sombras em pares estreitamente unidos.
E quando a sombra se desvanece e se dissipa, a luz que se demora torna-se a sompbra de uma
outra luz.
É dessa maneira que vossa liberdade, quando perde seus entraves, transforma-se num entrave
para uma liberdade maior.

O Profeta. Gibran Khalil Gibran: www.youtube.com/embed/u6HvIr7ol18