Viver pelo bem que existe no mundo!

Na verdade nem deveríamos estar aqui, mas estamos. São como nas grandes histórias. As que tinham mesmo importância. Eram repletas de escuridão e perigo. E às vezes, você não queria saber o fim.... Porque como podiam ter um final feliz? Como podia o mundo voltar a ser o que era depois de tudo isso? Mas, no fim, é só uma coisa passageira, que logo se transformará. Um novo dia virá. E quando o sol brilhar, brilhará ainda mais forte. Eram essas as histórias que ficavam nas lembranças, que significavam algo. Mesmo que você fosse pequeno demais para entender o por quê. Mas acho, que entendo, sim. Agora eu sei. As pessoas dessas histórias tinham várias oportunidades de voltar atrás mas não voltavam. Elas seguiam em frente, porque tinham no que se agarrar. - E nós, no que devemos nos agarrar? No bem que existe nesse mundo, pelo qual vale a pena lutar. Senhor dos Anéis.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

COM O TEMPO VOCÊ APRENDE!!!

William Shakespearewww.youtube.com/embed/hwpxveb7_rk
khalil Gibran: www.youtube.com/embed/NqjCLgDlaPY

Aprende, que a melhor sala de aula do mundo está aos pés de uma pessoa mais velha.
Que ser gentil é mais importante do que estar certo.
Que sempre pode fazer uma prece por alguém quando não tem a força para ajudá-lo de alguma outra forma.
Que não importa quanta seriedade a vida exija de você, cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto;
Que algumas vezes tudo o que precisamos é de uma mão para segurar e um coração para nos entender.
Que deveríamos ser gratos a Deus por não nos dar tudo que lhe pedimos.
Que dinheiro não compra "classe";
Que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular.
Que debaixo da "casca grossa" existe uma pessoa que deseja ser apreciada.
compreendida e amada.
Que Deus não fez tudo num só dia; o que me faz pensar que eu possa?
Que ignorar os fatos não os altera.
Que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas.
Que cada pessoa que a gente conhece deve ser saudada com um sorriso.
Que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa.
Que a vida é dura, mas eu sou mais ainda.
Que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.
Que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar.
Que devemos sempre ter palavras doces e gentis pois amanhã talvez tenhamos que engolí-las;
Que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar sua aparência.
Que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a.
Que quanto menos tempo você tem, mais coisas consegue fazer.

William Shakespeare

AMIGOS PARA SEMPRE!!!

www.youtube.com/embed/FyqD6dIlz-M
SE EU MORRER ANTES DE VOCÊ

Se eu morrer antes de você, faça-me um favor:
Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele ter me levado.
Se não quiser chorar, não chore;
Se não conseguir chorar, não se preocupe;
Se tiver vontade de rir, ria;
Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão;
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me;
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam;
Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo...
E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase:
-"Foi meu amigo, acreditou em mim e sempre me quis por perto!"
Aí, então derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal.
Outros amigos farão isso no meu lugar.
Gostaria de dizer para você que viva como quem sabe que vai morrer um dia, e que morra como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu.
"Ser seu amigo, já é um pedaço dele..."

Padre Zezinho

OS DIFERENTES

Ah, o diferente, esse ser especial! 

Diferente não é quem pretenda ser. Esse é um imitador do que ainda não foi imitado, nunca um ser diferente.


Diferente é quem foi dotado de alguns mais e de alguns menos em hora, momento e lugares errados para os outros. Que riem de inveja de não serem assim. E de medo de não aguentar, caso um dia venham, a ser. O diferente é um ser sempre mais próximo da perfeição.


O diferente nunca é um chato. Mas é sempre confundido por pessoas menos sensíveis e avisadas. Supondo encontrar um chato onde está um diferente, talentos são rechaçados; vitórias, adiadas; esperanças, mortas. Um diferente medroso, este sim, acaba transformando-se num chato. Chato é um diferente que não vingou.


Os diferentes muito inteligentes percebem porque os outros não os entendem. Os diferentes raivosos acabam tendo razão sozinhos, contra o mundo inteiro. Diferente que se preza entende o porque de quem o agride. Se o diferente se mediocrizar, mergulhará no complexo de inferioridade.


O diferente paga sempre o preço de estar (mesmo sem querer) alterando algo, ameaçando rebanhos, carneiros e pastores. O diferente suporta e digere a ira do irremediavelmente igual à inveja do comum; o ódio do mediano. O verdadeiro diferente sabe que nunca tem razão, mas que está sempre certo.


O diferente começa a sofrer cedo, já no primário, onde os demais de mãos dadas, e até mesmo alguns adultos por omissão, se unem para transformar o que é peculiaridade e potencial em aleijão e caricatura. O que é percepção aguçada em "Puxa, fulano, como você é complicado". O que é o embrião de um estilo próprio em "Você não está vendo como todo mundo faz? "


O diferente carrega desde cedo apelidos e marcações os quais acaba incorporando. Só os diferentes mais fortes do que o mundo, se transformaram nos seus grandes modificadores.  


Diferente é o que vê mais longe do que o consenso. O que sente antes mesmo dos demais começarem a perceber. Diferente é o que se emociona enquanto todos em torno agridem e gargalham. É o que engorda mais um pouco; chora onde outros xingam; estuda onde outros "burram". Quer onde outros cansam. Espera de onde já não vem. Sonha entre realistas. Concretiza entre sonhadores. Fala de leite em reunião de bêbados. Cria onde o hábito rotiniza. Sofre onde os outros ganham.


Diferente é o que fica doendo onde a alegria impera. Aceita empregos que ninguém supõe. Perde horas em coisas que só ele sabe importantes. Engorda onde não deve. Diz sempre na hora de calar. Cala nas horas erradas. Não desiste de lutar pela harmonia. Fala de amor no meio da guerra. Deixa o adversário fazer o gol, porque gosta mais de jogar do que de ganhar. Ele aprendeu a superar riso, deboche, escárnio, e consciência dolorosa de que a média é má porque é igual.


Os diferentes aí estão enfermos, paralíticos, machucados, engordados, magros demais, inteligentes em excesso, bons demais para aquele cargo, excepcionais, narigudos, barrigudos, joelhudos, de pé grande, de roupas erradas, cheios de espinhas, de "mumunha", de malícia ou de baba. Aí estão, doendo e doendo, mas procurando ser, conseguindo ser, sendo muito mais.


A alma dos diferentes é feita de uma luz além. Sua estrela tem moradas deslumbrantes, que eles guardam para os pouco capazes de os sentir e entender. Nessas moradas estão tesouros da ternura humana. De que só os diferentes são capazes.


Não mexa com o amor de um diferente. A menos que você seja suficientemente forte para suportá-lo depois.


Artur da Távola

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

POR TRÁS DOS RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS

Vocês são uma espécie interessante, uma mistura interessante, são capazes de sonhos tão lindos e de pesadelos terríveis. Se sentem perdidos, sozinhos, mas não estão. Sabe, em toda a nossa vida a úni...
ca coisa que achamos que torna o vazio suportável é o contato…” (Carl Sagan).

Esse trecho do filme “Contato”, baseado no romance de Carl Sagan, chama atenção especialmente por deixar evidente a importância do contato, da relação com o outro, em nossas vidas.

A busca pelo outro tem, entre outros, um caráter instintivo, somos antes de tudo animais gregários, e precisamos do outro para nos proteger, para nos acasalar, mas também buscamos uma completude, alguém que nos compreenda, que nos ampare, oriente e que nos ame.

Apesar de ansiarmos por uma boa companhia sabemos que nem sempre é fácil manter uma relação. Muitas vezes surgem os desencontros e as frustrações dificultando o contato. Isso acontece não só no aspecto amoroso, mas também no familiar, social, profissional.

O que será que atrapalha?

O ser humano se constitui na relação com o outro. O bebê busca desde cedo o olhar e a atenção da mãe. Com o tempo as relações vão se ampliando para a família, amigos, professores, trabalho, amores. Segundo VYGOTSKY, desde o nascimento o individuo é socialmente dependente do outro, para que possa entrar em um processo de desenvolvimento histórico, cultural e social e, consequentemente, constituir-se como um sujeito social.

No meio das relações que construímos ao longo da vida projetamos muito de nós mesmos nos outros. Esperamos que o namorado perceba a insatisfação, que o chefe reconheça nosso esforço, que o amigo venha nos socorrer, ou seja, esperamos que o outro nos corresponda. Criamos idealizações do que é ou não importante para nós e deixamos de ver o outro como ele realmente é, com seus atributos e dificuldades. Quanto mais idealizado for o nosso desejo maior o risco da realidade ser diferente do imaginado. O resultado geralmente é a frustração e a mágoa.

Outro ponto importante que gera o desencontro são experiências passadas desagradáveis. Todos nós passamos por frustrações em nossas relações passadas mas algumas pessoas, na tentativa de evitar novas angústias, se fecham em demasia. Isso dificulta a vivência de novas relações e experiências diferentes. O fato é que, agradáveis ou não, as relações são fundamentais para o nosso amadurecimento. Quando tentamos nos acertar com o outro precisamos repensar nossa forma de ser, tentar novos caminhos, olhar sob novos pontos de vistas. São as relações de amizade, de amor, de trabalho que nos fazem crescer e perceber o que nos traz bem estar.

Como se relacionar melhor?

Um mundo sem projeções é improvável, todos nós temos as nossas expectativas e, de certa forma, isso nos move e indica aquilo que queremos. O ponto é equilibrar as expectativas com a realidade e evitar colocar no outro toda a responsabilidade pela nossa satisfação. Quando buscamos nos conhecer mais entendemos também o que buscamos no outro. Com o autoconhecimento ganhamos mais autonomia sobre as nossas escolhas e a dinâmica do relacionamento se torna mais saudável.

As experiências passadas são também muito importantes, através delas vamos aprendendo e crescendo. Qualquer pessoa que olhar sua história verá nela situações boas, ruins, engraçadas, tristes. A diferença é como as interpretamos, podemos ver as situações ruins como catastróficas ou como comuns a espécie humana e aprendermos com elas. O fato é que as relações colorem a nossa vida, estamos sempre em busca de trocas significativas com as pessoas à nossa volta. Cabe a nós construirmos relações positivas e saudáveis. Elas são os alicerces do caminho, a base para uma vida mais feliz!

Por: Marcela Pimenta Pavan - Psicóloga Clínica

EVA

Não há maior solidão do que a de Eva.
Ela não tinha mãe. E não podemos considerar a costela de Adão propriamente uma madrasta.
Ela gerou uma penca de filhos sem ter onde deixá-los no final de semana para desfrutar de um cineminha e de um jantar romântico.
Não dividiu com ninguém a alegria do primeiro beijo, da menstruação chegando, dos seios crescendo, do exame positivo da maternidade.
Precisou aguentar um marido que não morria – viveu 930 anos – sem a possibilidade de desabafar os problemas do relacionamento, como quando Adão puxava seu cabelo ou se metia com a bebida ou desejava gastar todo o salário em briga de galos.
Não contou com conselho materno para esfriar a rivalidade entre Caim e Abel.
Não recebeu dica de nome para suas crianças. Sete prova que não restava mais criatividade, já recorria à numeração.
Não ganhou explicação de método anticonceptivo antes de sua primeira experiência sexual.
Jamais acertou a receita do bolo de fubá simplesmente porque não conheceu nenhuma vó.
Ficou sozinha para enfrentar a lábia da serpente.
Nunca pôde usar a expressão “nem por cima do cadáver de minha mãe”.
Não se sentia ofendida quando era xingada na selva de “filha da p...”.
Não teve sequer uma mãe para mentir e comer escondido o fruto proibido.
Não pôde seguir um exemplo ou ser a ovelha negra da família. Não cresceu na adversidade: não suportou pressão para se casar, prestar vestibular e seguir carreira.
Não havia graça nenhuma em fazer terapia sem uma mãe para colocar a culpa.
Terminou pagando mico ao usar pele de animal para passear no Éden, pois não herdou roupa alguma.
Tombou com salto alto nas trilhas, desfalcada de um tutorial de mãe.
Uma vez por mês, explodia em TPM, chorava, arcava com cólicas, morria de vontade de chocolate, sem saber o que acontecia com seus hormônios.
Não entendia a diferença entre cócegas e orgasmo.
Não desfrutava da opção de se separar do marido e voltar para a casa da mãe.
Eva foi, sem dúvida, a mulher que mais sofreu no mundo.

Fabrício Carpinejar

FORMAS DIFERENTES DE AMAR

O ser humano é dotado de seis diferentes estilos de amar, defendem psicólogos sociais. Altruísta, romântico, lúdico, pragmático, possessivo e cooperativo são as formas do amor definidas pelos especialistas.

A forma como se ama depende de vários fatores, como personalidade, cultura e educação, mas geralmente os indivíduos combinam dois ou três estilos, embora um tenda a predominar.
A esta conclusão já tinha chegado um estudo em 1970, mas a premissa ainda é válida, garante Nelson Lima, coordenador nacional do Instituto de Inteligência.

"Atualmente ensina-se mais sobre as relações sexuais do que sobre as relações amorosas. Os jovens sabem mais sobre sexo do que sobre amor. E isto influencia o seu comportamento no mundo. É de prever que no futuro os divórcios tendam a aumentar e a própria instituição do casamento, tal como a conhecemos hoje, desapareça", considera o investigador citado pela Lusa.

A forma de amar tem-se alterado ao longo dos tempos. Hoje - mais ligado ao racional - "já não provoca escravidão como antes da época do Romantismo", altura em que era sinônimo de paixão refere Nelson Lima.

Atualmente, o sofrimento é mais limitado e um amor que não seja para toda a vida deixou de ser um drama para a maioria das pessoas, sendo uma tradução prática o aumento dos divórcios.

Por outro lado, os divórcios deixam os filhos menos preparados para relacionamentos duradouros, acrescentam os especialistas.

Mas o estilo de amar de cada um será também, em parte, influenciado pela forma como o outro atua dentro da relação, conclui o investigador.

Seis amores:

O romântico
O estilo romântico aparece na adolescência e envolve paixão, unidade, atração sexual, e ainda provoca casos de perdição. Em caso de fracasso ainda pode levar ao suicídio.

O possessivo
Quanto ao estilo possessivo, os psicólogos referem ser um amor determinado pelo ciúme e que provoca emoções extremas e comportamentos obsessivo-compulsivos, exigindo do outro constante atenção. Em momentos de crise prejudica a vida familiar e profissional.

O cooperativo
O estilo cooperativo nasce geralmente de amizade anterior e antiga e é alimentado por hábitos e interesses comuns.

O pragmático
Já o estilo pragmático é característico das "pessoas práticas, disciplinadas e disciplinadoras, com uma educação, por vezes, austera" que podem minimizar ou reprimir o sentimento, não sendo dadas a manifestações expressivas de carinho.

O lúdico
O estilo lúdico assenta na conquista e na busca de emoções passageiras e é muito frequente em jovens adultos, em especial homens.

O altruísta
Por fim, o estilo altruísta é seguido por pessoas dispostas a anular-se perante o outro, tendendo a "isolar-se num mundo onde, na sua imaginação, só cabem os dois ainda que o outro pense e atue exatamente ao contrário".

EX.

— Ex é ver realizado aquilo que você desconfiava. Ele sairá justamente com AQUELA que gerou a briga por ciúme.

— Ex é desagradável como uma parcela a pagar do celular que foi roubado de você.
— Ex é como chocolate derretido. Não tem como colocar de novo na embalagem.

— Ex é atravessar o Natal enquanto o mundo já comemora a Páscoa.

— Ex é sentir pontada ao entrar no Facebook, no Twitter e no próprio email.

— Ex é um vírus que compromete seu computador. Perderá os álbuns na web, já que inventou de tirar a maior parte das fotos com os rostos colados.

— Ex é quando o "tudo bem?" deixa de ser um cumprimento para realmente soar como uma pergunta.

— Ex é informar para metade da cidade onde está ele. Por uns dois meses, você ainda será confundida como porta-voz do casal.

— Ex é uma memória atrasada. Descobrirá as sacanagens dele com a separação, pois os conhecidos e familiares não tinham coragem de contar.

— Ex é fantasma. Você escuta sua respiração e não pode mais responder com beijo.

— Ex se torna o mais simpáticos dos seres com o fim do namoro. Não esqueça: ele está fingindo. Mas tanto faz, vai doer igual.

— Ex é repetir detalhes e palavras da despedida, mudando a ordem das frases e testando se havia alguma esperança do final ser diferente.

— Ex é desistir do futuro, viver no passado e desconhecer o

— Ex é pensar pela primeira vez numa viagem longa para uma região remota em um trabalho voluntário.

— Ex é melhorar as amizades e piorar a relação com os pais e irmãos.

— Ex é ter saudade de si. E raiva de qualquer outro aborrecimento menor.

— Ex é sempre encontrar algo dele perdido em suas coisas, é sempre procurar algo seu que deve estar nas coisas dele.

— Ex é uma faxina obrigatória.

— Ex é emagrecer em uma semana os quatro quilos que tentou durante o relacionamento inteiro.

— Ex é reaver todas as dúvidas antigas que estavam escondidas debaixo da certeza da relação.

— Ex é voltar a se perguntar: Será que sou bonita? Será que sou inteligente? Será que beijo bem?

— Ex é nascer sozinha depois de morrer a dois.

Por: Fabrício Carpinejar

UM PRESENTE ESPECIAL

Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso o sentimento de amor à vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que nos foi ensinado pelo tempo afora. Lembraria os erros que foram cometidos, como sinais para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos.
Deixaria para você, se pudesse, o respeito aquilo que é indispensável:
além do pão, o trabalho e a ação. E, quando tudo mais faltasse, para você eu deixaria, se pudesse, um segredo. O de buscar no interior de si mesmo a resposta para encontrar a saída.

Mahatma Gandhi

A PSICOLOGIA DO AMOR NA PRÁTICA

Para garotas muito exigentes.

Mil namorarão a tua esquerda, dez mil se casarão à tua direita, e tu não serás atingida!

Mas, não se preocupe, a casa de uma tia tem sempre uma vaga!

AMORES CURTOS SÃO DO INVERNO. AMORES LONGOS SÃO DO VERÃO.

Iniciar romance no inverno é barbada. Nem deve contar pontos.

É quando a vida pede mesmo um abrigo antiáereo, o corpo receberá camadas ostensivas de roupa, o tempo fecha e intimida baladas, tudo favorece uma companhia constante para o chocolate, a pipoca e a televisão.

A testosterona diminui com o frio – natural os homens se renderem às mãos dadas nos passeios e aos relacionamentos sérios no Facebook.

No inverno, amor é oportunismo. As festas estão em baixa temporada, os lobos se aquietam dentro da alma dos cachorros. De interação, o máximo que acontece são jantares e
viagens com casais amigos. Nenhum marmanjo deseja ser excluído por falta de parceira.

É o momento ideal para engordar, reduzir as exigências estéticas e ter uma confidente para perdoar e partilhar os excessos.

O grande exame amoroso realmente é no verão. A partir de dezembro, abrem-se as inscrições ao disputado concurso público do coração, ao concorrido vestibular dos apaixonados.

Homem tem dificuldade de se apaixonar no ápice do calor. Ninguém em sã consciência pretende se envolver neste período. Ninguém tenciona sacrificar as inúmeras opções do baralho com uma arriscada cartada.

Ele guarda a noção de que é burrice namorar na alta temporada, não há cabimento deixar a pescaria no meio da piracema.

Parte da convicção de que, com uma única pessoa, jogará fora toda a dedicação na academia nos últimos meses para recuperar a forma. Lançará ao mar as latas de suplementos e de proteínas que gastou para repor os bíceps.

A regra é não se prender e jamais inspirar uma sequência de encontros. Vale uma noite com alguém, e apenas uma noite. Duas seguidas já sugerem um caso, três correspondem a um rolo.

Homem enxerga o verão como desforra, suas 1001 noites de solteiro. Prefere ficar numa festa, azarar e recomeçar do zero.

Não ambiciona compromisso. Ele economizou no ano para gastar agora. Procura expor sua forma física, olhar as outras, beber até entortar, não ser controlado em horários, muito menos derrapar em seu próprio ciúme.

Praia e férias são sinônimos de desprendimento: não se incomodar e não ser incomodado, dormir até tarde, não sofrer as ressacas das discussões de relacionamento.

Portanto, se um homem começa namoro no verão é que ele enlouqueceu por você. Está de quatro, acabado, derrubado. Significa uma imolação sentimental, uma autoflagelação.

É totalmente contra seu código de ética e postura. É capaz de perder sua cadeira parlamentar na areia, sofrer CPI dos comparsas do trago.

Oficializar a relação no período requer firmeza de caráter. Ele enfrentará a gozação dos colegas, vai se isolar no circuito das festas mais quentes, fechará suas redes sociais para cortejá-la.

Não é pouca coisa para a tacanha mentalidade masculina. É como um atleta renunciando uma vaga na equipe olímpica do Amor. Terá que aguardar doze meses para reaver nova chance.

Não se ama impunemente em janeiro e fevereiro. É quase como casar. Quase.

Fabrício Carpinejar

SE ENTREGAR NO AMOR

No amor, em algum momento, você terá que 
www.youtube.com/embed/Dt1jMWVvcqg
ser ingênuo e acreditar. 
Terá que largar uma vida, refaze-la novamente. Terá que abandonar a filosofia pessimista, a inteligência solteira do botequim e se declarar apaixonado. Terá que ser incoerente, contradizer fundamentos inegociáveis. Terá que rasgar a certidão negativa, a proteção bancária, os manifestos de aversão ao casamento e filhos. Não dá para ser esperto sempre.Não dá para ser experiente sempre. Don Juan e Casanova também se quebraram. Napoleão e César também foram derrotados na intimidade. A ingenuidade é um poder terapêutico. Nada pode ser mais traumático e mais libertador dos costumes. É um instante definitivo e raro no relacionamento. Quando confiamos que será diferente, que somos eleitos por uma constelação de símbolos e casualidades, quando desistimos das armas e das reservas para nos apresentarmos absolutamente disponíveis e vulneráveis. Não há mentiras e formalidades, frases espirituosas e comentários sarcásticos.

Há apenas uma burrice infindável, o beiço e a intenção de se entregar, seja como for.

Fabricio Carpinejar

O BRANCO QUE PASSA EM BRANCO

O homem tem uma séria desvantagem na praia em relação à mulher. O que justifica o nosso descaso para permanecer horas a fio em cadeira reclinada à beira do mar.
Não tem nexo tomar sol, expor-se aos raios como se a pele fosse um livro para ser trocado de página pelo vento.
Não há significado algum em banhar-se de luz de costas e de frente, simetricamente.
Não existe justiça para o trabalho masculino de se bronzear.
A mulher é valorizada pela marca branquinha que fica do biquíni; já o homem não, de modo algum.
É uma desigualdade estética, social e política.
Homem é apaixonado, louco, enfeitiçado por aquela região que evoca o líquido corretivo do papel. Tece homenagens, rilha os dentes, oferece piruetas de cachorro pidão quando ela se entremostra. Reconhece a glória da pele albina debaixo dos trajes, que determina o quanto ela se queimou e o quanto estava branca, que auxilia na comparação do antes e do depois, que pode ser demonstrada pela parte de cima ou pela parte de baixo do biquíni.
Por sua vez, a mulher não dá a mínima para o nosso branco ao tirar a sunga ou a bermuda. Ela ri. Ela debocha. Ela inventa piadas.
– Olha como está branquinho! – e aponta.
Não está excitada, não é uma reação de arrebatamento e volúpia, de morder os lábios e imaginar safadezas.
Desponta inofensivo como o focinho de um ursinho de pelúcia. É um detalhe bonitinho e fofo e querido e mimoso, nada a acrescentar na fantasia a dois.
Não tem a gravidade de um enredo picante, o combustível visual de uma atração fatal.
O branco nas coxas do macho não excita as fêmeas, não entra no ranking dos cinquenta e um tons de cinza. Não provoca nenhum frisson, não é um fetiche sexual e um afrodisíaco.
A sunga não será uma peça disputada nas últimas rodas do strip poker, talvez caia nas primeiras rodadas do truco.
Elas não chegam perto e sussurram:
– Posso espiar?
Longe de repetir nossa avidez e malícia para conferir a diferença da cor e o contraste.
Não compreendo o motivo. Temos tão poucos atrativos para esnobar. Não pintamos as unhas, não hidratamos os cabelos, não corrigimos as sobrancelhas, não nos depilamos.
Deixem-nos a sensualidade da marca da sunga, por compaixão.

Fabrício Carpinejar

QUANDO NENHUMA MULHER AGRADA

Se você somente enxerga os defeitos de sua companhia, você não está apaixonado.

Se você já espaça os encontros, você não está apaixonado.

Se você espera a madrugada chegar para se despedir, você não está apaixonado.

Se você faz três refeições ao dia, você não está apaixonado.

Se você descreve detalhes da transa aos amigos, você não está apaixonado.

Se você transforma o whatsApp em e-mail, você não está apaixonado.

Se você não embarca no primeiro táxi para vê-la, você não está apaixonado.

Se você é passional no sexo e não disfarça a solidão depois dele, você não está apaixonado.

Se você desliga rápido o telefone e não sofre com a separação da voz, você não está apaixonado.

Se você não dispara a contagem regressiva para a próxima vez, você não está apaixonado.

Se você não aguenta confissões, você não está apaixonado.

Se você pode escolher, você não está apaixonado.

Se você é paciente, compreensivo e generoso, você não está apaixonado.

Se o passado dela não interessa, você não está apaixonado.

Se ela soa abusiva, invasiva, carente, desesperada, inadequada, é que você não está apaixonado.

Toda mulher que se aproximar de você será louca.

Mas, quando você estiver apaixonado, tenha certeza que estará tão louco quanto ela, a ponto de não se incomodar nem um pouco em assumir uma loucura maior que é a vida a dois.



Fabrício Carpinejar

JEITO ERRADO DE AMAR

Não existe jeito errado de amar, porque 
o erro é também uma esperança. O erro 
é mais esperançoso do que o acerto. 
O erro nos leva para a compreensão.

Você está em silêncio, eu estou gritando tinta. Cada um com seu temperamento.

Os dois pensam e sentem em suas ostras. O mar nos movimenta por fora e nós nos movimentamos por dentro.

Só temos que ir para o mesmo lado, ainda que a correnteza queira nos levar para o oceano mais fundo.

Temos que caminhar por dentro, nadar por dentro. Para o nosso abraço de espuma. Para as margens de nossos olhos.

Temos que nos apoiar em fotos, cartas, objetos, mensagens, histórias, lugares prediletos, pessoas que amam nosso amor.

Jamais facilitar, jamais aceitar passivamente a inexistência.

Começa o final de semana, amada Sacerdotisa. É o pior momento de minha espera. É onde ficaríamos juntos. Momento de aguda procura.

Quando os dias são o sofá, a cama e a mesa. Sem você, a casa desaparece. Sozinho na mesa, sou apenas um balcão. Sozinho no sofá, sou apenas uma poltrona. Sozinho na cama de casal, sou apenas um colchonete.

Hoje me acordei correndo para apagar o alarme e não acordá-la. Foi quando me lembrei que não estava ao meu lado. Dói lembrar. Dói ser. Dói até não ser.

Não há vontade de sair ou de ver ninguém. Não tenho coisa alguma a comemorar. Não é nenhum mérito continuar trabalhando e seguir a rotina, qualquer um faz. Não há nenhum mérito em ser um fantasma ou um morto-vivo. Sem o amor, não somos vistos, somos esquecidos.

Posso seguir sem você. Mas não posso viver sem você. Posso continuar sem você. Mas não posso viver sem você.

Permaneço parado em seu nome, com a fé de que sente a minha falta e está louca para vir me beijar.

Então, venha, por favor!

Te Amo.

Fabrício Carpinejar

AMAR COM CORAGEM

Uma mulher não perdoa uma única coisa no homem: que ele não ame com coragem. Pode ter os maiores defeitos, atrasar-se para os compromissos, jogar futebol no sábado com os amigos, soltar gargalhada de hiena, pentear-se com franjinha, ter pêlos nas costas e no pescoço, usar palito de dente, trocar os talheres de um momento para outro. Qualquer coisa é admitida, menos que não ame com coragem.

Amar com coragem não é viver com coragem. É bem mais do que estar aí. Amar com coragem não é questão de estilo, de gosto, de opinião. Não se adquire com a família, surge de uma decisão solitária. Amar com coragem é caráter. Vem de uma obstinação que supera a lealdade. Vem de uma incompetência de ser diferente. Amar para valer, para dar torcicolo. Não encontrar uma desculpa ou um pretexto para se adaptar, para fugir, para não nadar até o começo do corpo. Não usar atenuantes como “estou confuso”. Não se diminuir com a insegurança, mas se aumentar com a insegurança. Não se retrair perante os pais. Não desmarcar um amor pela amizade. Não esquecer de comentar pelo receio de ser incompreendido. Não esquecer de repetir pela ânsia da claridade.

Amar como se não houvesse tempo de amar. Amar esquisito, de lado, ainda amar. Amar atrasado, com a respiração antecipando o beijo. Amar com fúria, com o recalque de não ter sido assim antes. Amar decidido, obcecado, como quem troca de identidade e parte a um longo exílio. Amar como quem volta de um longo exílio.

(…) Amar com coragem, só isso.


Fabrício Carpinejar

FELICIDADE

Dizem que a vida é curta, mas não é verdade. A vida é longa para quem consegue viver pequenas felicidades. E essa tal felicidade anda por aí, disfarçada, como uma criança tranquila brincando de esconde-esconde.
Infelizmente, às vezes, não percebemos isso e passamos nossa existência colecionando 'Não': A viagem que não fizemos, o presente que não demos, a festa que não fomos, o amor que não vivemos, o perfume que não sentimos.
A vida é mais emocionante quando se é ator e não expectador, quando se é piloto e não passageiro, pássaro e não paisagem, cavaleiro e não montaria.
E como ela é feita de instantes, não pode nem deve ser medida em anos ou meses, mas em minutos e segundos.
Esta mensagem é um tributo ao tempo. Tanto aquele tempo que você soube aproveitar no passado quanto aquele tempo que você não vai desperdiçar no futuro.
Porque a vida é agora, sem medo do futuro, apenas temos que nos esforçar ao máximo para que ele seja do jeito que sempre desejamos.
A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos.

Dalai Lama

FALSO BRILHANTE

Mulheres e homens se desesperam por um amor público, encantado, de estádio cheio, e cobram provas mirabolantes de seus parceiros. Reclamam da rotina, da previsibilidade, e exigem declarações barulhentas para despertar a inveja do próximo.

O amor espalhafatoso recebe a fama, mas o amor contido é o mais profundo. (…) Não valorizamos a passionalidade silenciosa, a passionalidade humilde, a passionalidade generosa, a passionalidade tímida, a passionalidade artesanal.

O passional pode ser discreto na aparência e prático na ternura. O amor mais contundente é o que não precisa ser visto para existir. E continuará sendo feito apesar de não ser reparado.

Fabrício Carpinejar

MEDO

Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros.

Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Nem os anjos, nem Deus agüentam uma reza por mais de duas horas.

Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar.

Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia.

Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado.

Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele.

Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz.

Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas.

Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar.

Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir.

Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la.

Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha.

Você tem medo de já estar apaixonada.

Fabricio Carpinejar

AMAR É TUDO!!!

Amar é sentir falta da pessoa quando ela está no cômodo vizinho.
É sentir raiva dela mas não conseguir prolongar esse sentimento por muito tempo.
É acordar sentindo saudade e dormir querendo mais tempo, mesmo que ela esteja ao seu lado nesses dois momentos.

Amar é poder ser verdadeiro… é poder contar tudo sem medo.
Amar é não precisar se esconder atrás de você mesmo.
É não precisar falar nada muito poético pra impressionar…
É ter medo de desapontar e de não ser capaz fazer a pessoa feliz.

Amar é o sentimento mais bonito que existe… deixa a gente completo… sem espaços vazios.
Amar é ter sempre a certeza de tudo.
É se sentir forte a toda hora.
É imaginar que você pode tudo contra todos!
O grande problema é que essa palavra se tornou moda… todo mundo diz que ama…

O amor não faz sofrer, e ele é sempre correspondido.
Se ama e não é amado… não é amor… é paixão ou qualquer outra coisa do gênero.
O amor é puro, e para toda panela existe uma tampa que se encaixa perfeitamente.
Desistir de encontrar o amor é o mesmo que desistir de viver.
A vida perde o sentido.
As cores desaparecem.
Olhar a natureza não tem mais graça.
O mundo fica sem porquê.
Para que sorrir? Será falso!

“Amar é quando não dá mais pra disfarçar, tudo muda de valor, tudo faz lembrar você!”
Exatamente isso… “tudo faz lembrar você!”
Existe coisa mais gostosa do que pensar em alguém a todo segundo e ter a plena certeza de que ela também está pensando em você?

E sentir aquele abraço gigante no fim do dia quando você precisou dele o dia todo?
Amar é tudo… e é apenas uma vez na vida… porque o amor não morre… ele apenas adormece para voltar com força maior logo logo.

Alice Barbati

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

CONVERSANDO COM OSHO

Rajneesh Chandra Mohan Jain ou mundialmente conhecido como Osho, foi mestre na arte da meditação e do despertar da consciência. Não se considerava um filósofo, mas um místico.

Osho, você disse que os psicólogos ocidentais dizem agora, que é melhor não evitar as brigas num relacionamento amoroso e que encará-las, quando surgem, torna o amor mais intenso. Então, Você falou do caminho do meio de Buda, que exclui ambos os extremos. Para aqueles que ainda não transcenderam para dentro do amor que está além dos dois pólos. Qual caminho é o preferível para os amantes, em Sua opinião?

Alguns pontos básicos. Em primeiro lugar, o amor da mente está fadado a ser um movimento entre os dois pólos opostos de ódio e amor. Com a mente, a dualidade fatalmente estará presente. Assim, se você está amando alguém com a sua mente, você não pode escapar do outro pólo. Você pode escondê-lo, você pode reprimi-lo, você pode esquecê-lo – as assim chamadas pessoas educadas estão sempre fazendo isso. Mas, então, elas se tornam entorpecidas, mortas.

Se você não pode brigar com seu amado, se você não pode ficar com raiva, então, a autenticidade do amor é perdida. Se você reprimir sua raiva, essa repressão da raiva se tornará uma parte de você e essa raiva reprimida não lhe permitirá uma entrega total ao amar. Ela estará sempre presente. Você a está segurando; você a reprimiu.

Se eu estou com raiva e a reprimo, então, quando eu estiver amando, a raiva reprimida estará presente e isso matará o meu amor. Se eu não fui autêntico em minha raiva, eu não posso ser autêntico em meu amor. Se você é autêntico, então, você é autêntico em ambos. Se você não é autêntico em um, você não pode ser autêntico no outro.

Por todo o mundo, os assim chamados ensinamentos – a civilização, a cultura –, enfraqueceram o amor completamente. E em nome do amor, isso aconteceu. Eles dizem: “Se você ama alguém, então, não fique com raiva; seu amor é falso se você está com raiva. Então, não brigue; então, não odeie.”.

Naturalmente, isso parece lógico. Se você está amando, como você pode odiar? Assim, nós eliminamos a parte que odeia. Mas, com a eliminação da parte que odeia, o amor se torna impotente. É como se você tivesse cortado uma perna de um homem e, então, dissesse: “Agora, ande! Agora, você pode correr, você está livre para correr.”. Mas você cortou uma perna; assim, o homem não pode andar.

Ódio e amor são dois pólos de um fenômeno. Se você cortou o ódio, o amor estará morto e impotente. É por isso que toda a família se tornou impotente. E então, você se torna temeroso de se entregar. Quando você está amando, você não pode se entregar completamente, porque você está com medo. Se você se entregar completamente, a raiva, a violência, o ódio que estão escondidos e reprimidos podem aparecer. Então, você tem de forçá-los para baixo continuamente. Bem no fundo, você tem de lutar com eles continuamente. E lutando com eles, você não pode ser natural e espontâneo. Então, você apenas representa que está amando. Você aparenta e todo mundo sabe: sua esposa sabe que você está representando e você sabe que sua esposa está representando. Todo mundo está representando. Então, toda a vida se torna falsa.

Duas coisas devem ser feitas a fim de se ir além da mente. Primeira: entre na meditação e, então, toque o nível da não-mente dentro de você. Então, você terá um amor que não terá nenhum pólo oposto. Mas, então, nesse amor, não haverá nenhum excitamento, nenhuma paixão. Esse amor será silencioso – uma profunda paz sem uma ondulação sequer.

Um Buda, um Jesus também amam. Mas nesse amor não existe nenhum excitamento, nenhuma exaltação. A exaltação vem do pólo oposto, o excitamento vem do pólo oposto. Dois pólos opostos criam tensão. Mas o amor de Buda, o amor de Jesus é um fenômeno silencioso; assim, somente aqueles que alcançaram o estado da não-mente podem entender o amor deles.

Jesus estava passando e a noite estava quente. Ele estava cansado, então, ele descansou embaixo de uma árvore. Ele não sabia a quem a árvore pertencia. Ela pertencia a Maria Madalena. Maria era uma prostituta.

Ela olhou de sua janela e viu aquele homem muito belo – um dos mais belos jamais nascidos. Ela se sentiu atraída e não somente atraída, ela se sentiu apaixonada. Ela saiu e perguntou a Jesus: “Venha para a minha casa. Por que você está descansando aí? Você é bem-vindo.”.

Jesus viu em seus olhos paixão, amor – o assim chamado amor. Jesus disse: “Da próxima vez, quando eu estiver cansado novamente, ao passar por aqui, eu irei à sua casa. Mas, neste momento, a necessidade está preenchida. Eu já estou pronto para caminhar novamente; assim, eu lhe agradeço.”.

Maria se sentiu insultada. Isso era raro... realmente, ela nunca tinha convidado ninguém antes. As pessoas vinham de longe só para vê-la. Até mesmo reis vinham a ela, e ali estava aquele mendigo recusando-a. Jesus era apenas um mendigo, um vagabundo – apenas um hippie, e ele a recusou. Assim, Maria disse para Jesus: “Você não pode sentir o meu amor? Isso é um convite amoroso. Então, venha! Não me rejeite. Você não tem nenhum amor no seu coração?”

Jesus lhe disse em resposta: “Eu também a amo – e, na verdade, todos aqueles que chegam fingindo que a amam, não a amam realmente.” – ele disse – “Somente eu posso amá-la.”.

E ele estava certo. Mas esse amor tem uma qualidade diferente. Esse amor não tem o pólo oposto, o contraste. Assim, a tensão está ausente, a excitação está ausente. Ele não está excitado com o amor, não está exaltado. E o amor não é um relacionamento para ele, é um estado de ser.

Vá além da mente; alcance o nível da não-mente. Então, o amor floresce, mas esse amor não tem oposição. Além da mente não há oposição a nada. Além da mente, tudo é um. Dentro da mente, tudo está dividido em dois. Mas, se você está dentro da mente, é melhor ser autêntico do que ser falso.

Assim, seja autêntico quando você sentir raiva de seu amado, ou de sua amada. Seja autêntico quando você está com raiva e, então, sem nenhuma repressão, quando o momento do amor chegar, quando a mente se mover para o outro extremo, você terá um fluxo espontâneo. Assim, com a mente, tome a luta como uma parte dela. É o próprio dinamismo da mente, funcionar em pólos opostos. Assim, seja autêntico em sua raiva, seja autêntico em sua luta; então, você será autêntico em seu amor também.

Assim, para os amantes, eu gostaria de dizer: sejam autênticos. E se vocês forem autênticos, um fenômeno único acontecerá: vocês ficarão saturados de todo esse absurdo de se movimentar em pólos opostos. Mas sejam autênticos; do contrário, vocês nunca se tornarão saturados.

Uma mente reprimida nunca deixa a pessoa se tornar realmente consciente de que ela está agarrada em pólos opostos. Ela nunca está realmente com raiva, ela nunca está realmente amando; assim, ela não tem experiência real da mente. Assim, eu sugiro ser autêntico. Não seja falso. Seja real! E a autenticidade tem sua própria beleza. Seu amado, sua amada compreenderão quando você estiver realmente com raiva – autenticamente com raiva. Somente uma raiva fingida, ou uma falsa não-raiva, não pode ser perdoada. Somente uma face falsa não pode ser perdoada. Seja autêntico e, então, você será autêntico no amor também. Esse amor autêntico compensará e através desse viver autêntico, você se tornará saturado. Você chegará a se surpreender com o que você está fazendo – por que você é apenas um pêndulo movendo-se de um pólo ao outro? Você ficará entediado e, somente então, você poderá decidir mover-se além da mente e além da polaridade.

Seja um homem autêntico, ou seja uma mulher autêntica. Não permita nenhuma falsidade, não finja. Seja real e sofra a realidade. O sofrimento é bom. O sofrimento é realmente um treinamento, uma disciplina. Sofra! Sofra a raiva e sofra o amor e sofra o ódio. Lembre-se somente de uma coisa: nunca seja falso. Se você não sente amor, então, diga que você não sente amor. Não finja; não tente mostrar que você está amando. Se você está com raiva, então, diga que está com raiva e fique com raiva.

Existe uma possibilidade de um amor que não tem oposto a ele, mas esse amor pode vir somente quando você vai além daquele amor. E para ir além, eu sugiro que você seja autêntico. Seja autêntico – no ódio, no amor, na raiva, em todas as coisas, seja autêntico: real, sem fingir, porque somente uma realidade pode ser transcendida. Você não pode transcender coisas irreais.

Osho, O Livro dos Segredos, # 12
Reflexões: www.youtube.com/embed/D57NTsAfhCY 

terça-feira, 29 de setembro de 2015

CONTO PROPAROXÍTONO

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo seencontravam no elevador.
Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos.
Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois.
Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula: ele não perdeu o ritmo e sugeriu um longo ditongo oral, e quem sabe, talvez, uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta dela inteira. Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular (...)
Agora, quem coloca ponto final sou eu. Ou melhor: coloco dois. Um, é para não perder a mania. Outro, é porque isso é um conto rápido, e não uma oração adjetiva explicativa.

(Redação feita por uma aluna de Letras, que obteve a vitória num concurso interno promovido pelo professor da cadeira de Gramática Portuguesa.)

RESPOSTAS

Com muita frequência costumamos pedir respostas em nossas preces, mas estamos tão ocupados tocando a vida que não as ouvimos. Acho que as orações mais eficazes não são feitas a partir das palavras que proferimos, mas do silêncio que mantemos.
Pedir respostas não é suficiente. Precisamos estar abertos para ouvir as mensagens que nossa alma nos envia.

Pleyer: www.youtube.com/embed/a69K: FAdUhIk

O VERBO


UM TEMPO, DOIS TEMPOS E METADE DE UM TEMPO.
O amor: www.youtube.com/embed/7eQS5yjTYzk
Escrituras: www.theapocalypse120.blogspot.com.br

1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine.
2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
3 E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece,
5 não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal;
6 não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade;
7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
9 porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos;
10 mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.
11 Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
12 Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido.
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor.

Coríntios 1: 13

QUEM DISSE QUE SER ADULTO É FÁCIL?

Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa: – Ah, terminei o namoro… – Nossa, estavam juntos há tanto tempo… – Cinco anos…. que pena… acabou… – é… não deu certo… Claro que deu!

Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores. Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.

Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro? E não temos essa coisa completa. Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível. Tudo junto, não vamos encontrar.

Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele. Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona…

Acho que o beijo é importante… e se o beijo bate… se joga… se não bate… mais um Martini, por favor… e vá dar uma volta.

Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não brigue, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar… ou não. Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.

O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa realmente gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob pressão? O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós.

Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento. Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?

Gostar dói. Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração… Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo. E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse… A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.

Na vida e no amor, não temos garantias. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. E nem todo sexo bom é para descartar… ou se apaixonar… ou se culpar…

Enfim…quem disse que ser adulto é fácil?

ARNALDO JABOR

SER OU NÃO SER DE NINGUÉM?

Na hora de cantar, todo mundo enche o peito nas boates e gandaias, levanta os braços, sorri e dispara: “… eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também…”

No entanto, passado o efeito da manguaça com energético, e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração tribalista se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.
A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Beijar na boca é bom? Claro que é! Se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois?

Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, de que toda ação tem uma reação? Agir como tribalista tem conseqüências, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo – beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja, é preciso comer o bolo todo e, nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.

Embora já saibam namorar, os tribalistas não namoram. “Ficar” também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é “namorix”. A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. Dificilmente está apaixonada por seus namorix, mas gosta da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho. Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada.

Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu, afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança? A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim, como só deseja a cereja do bolo tribal, enxerga somente o lado negativo das relações mais sólidas. Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas, e a troca de cumplicidade, carinho e amor.

Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter alguém para amar.

Já dizia o poeta que amar se aprende amando. Assim, podemos aprender a amar nos relacionando. Trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optarmos.

E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento… É arriscar, pagar para ver e correr atrás da tão sonhada felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.

Ser de todo mundo, não ser de ninguém, é o mesmo que não ter ninguém também… É não ser livre para trocar e crescer… É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida SOLIDÃO… Seres humanos são anjos de uma asa só, para voar têm que se unir ao outro.

Arnaldo Jabor

AH... O AMOR!!!

Quando você entra muda tudo, a casa fica diferente, as cadeiras se movem, os vasos de rosa voam no ar, as mesas rodam, rodam e eu começo a perder o controle da minha solidão; sozinho eu me seguro, mas você chega e eu danço, pois você sabe mil truques para me jogar do abismo…

você chega e o terrível perigo do Outro se desenha; você é um ponto de interrogação, uma janela aberta para o ar, um copo de veneno, você é meu medo, o mar fica em ressaca, fico à beira do riso e das lagrimas, perto do céu e perto do crime, um relógio de briga começa a contar os segundos da luta, uma multidão de fantasmas de terno e gravata me assiste com o coração sangrando, perco o controle e entramos os dois num barco em alto-mar, à deriva.

Arnaldo Jabor