Viver pelo bem que existe no mundo!

Na verdade nem deveríamos estar aqui, mas estamos. São como nas grandes histórias. As que tinham mesmo importância. Eram repletas de escuridão e perigo. E às vezes, você não queria saber o fim.... Porque como podiam ter um final feliz? Como podia o mundo voltar a ser o que era depois de tudo isso? Mas, no fim, é só uma coisa passageira, que logo se transformará. Um novo dia virá. E quando o sol brilhar, brilhará ainda mais forte. Eram essas as histórias que ficavam nas lembranças, que significavam algo. Mesmo que você fosse pequeno demais para entender o por quê. Mas acho, que entendo, sim. Agora eu sei. As pessoas dessas histórias tinham várias oportunidades de voltar atrás mas não voltavam. Elas seguiam em frente, porque tinham no que se agarrar. - E nós, no que devemos nos agarrar? No bem que existe nesse mundo, pelo qual vale a pena lutar. Senhor dos Anéis.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A RELIGIÃO.

E um velho sacerdote disse: “Fala-nos da religião.” 

E ele disse: Tenho eu falado de outra coisa hoje? Não é a religião todas as nossas ações e reflexões? E tudo o que não é ação nem reflexão, mas aquele espanto e aquela surpresa sempre brotando na alma, mesmo quando as mãos talham a pedra ou manejam o tear? Quem pode separar sua fé de suas ações, ou sua crença de seus afazeres? Quem pode espalhar suas horas perante si, dizendo: ‘Esta é para Deus, e essa é para mim; está é para minha alma, e essa é para meu corpo?’ Todas vossas horas são asas que adejam através do espaço, passando de um Eu a outro. Aquele que veste sua moralidade como veste seus melhores trajes, melhor seria que andasse desnudo: o vento e o sol não cavarão buracos na sua pele. E aquele que traça sua conduta pela ética, encarcera seu pássaro cantor numa gaiola. A mais livre canção não chega através de grades e arames. E aquele para quem a adoração é uma janela a abrir, mas também a fechar, não visitou ainda o santuário de sua alma, cujas janelas permanecem abertas de aurora a aurora. Vossa vida cotidiana é vosso templo e vossa religião. Todas as vezes que penetrardes nela, levai convosco todo o vosso ser. Levai o arado, a forja, o macete e a lira, todas as coisas que modelastes por necessidade ou por prazer. Pois nos vossos sonhos, não podeis elevar-vos acima de vossas realizações nem cair abaixo de vossos fracassos. E levai convosco todos os homens, pois na vossa adoração, não podeis voar acima de suas esperanças nem rastejar abaixo de seu desespero. E se quereis conhecer a Deus, não procureis transformar-vos em decifradores de enigmas. Olhai, antes, à vossa volta e encontra-Lo-eis caminhando nas nuvens, estendendo os braços no relâmpago e descendo na chuva. E O vereis sorrindo nas flores e agitando as mãos nas árvores.